sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Os desafios do presente, olhando o passado

 A Europa, vive o seu momento mais conturbado a seguir aos loucos anos da II Guerra Mundial e pós guerra, falamos da Europa Ocidental, como não podia deixar de ser, no pós guerra de 1939-1945, a Europa, como parte vencedora do conflito, devastada física e economicamente, reuniu forças, e iniciou aquilo a que hoje se nomeia a ocidentalização da sociedade, e desenhou três vértices distintos para a sociedade, todos eles interligados, todos eles diferentes, a saber, a doutrina política, a doutrina económica e a doutrina civil.

No rescaldo do conflito, a economia europeia, estava esgotada, o esforço de guerra, ou melhor aplicando a doutrina económica, a economia de guerra imposta pela situação, esterilizou os desempenhos de crescimento económico, devastou as industrias e o esforço redobrado pelo sector primário, penalizaram tanto consumo, como poupança, e sem consumo, não existe poupança, e sem estes dois, não existe economia.

No plano da doutrina civil, antes da II Guerra, a Europa vivia o rescaldo da I Grande Guerra, e herdando as políticas do período 1918-1933, com a subida do nacional socialismo alemão de Hitler em 1932, com Benito Mussolini em 1922 em Itália, Francisco Franco (Espanha 1936), Oliveira Salazar (1933) em Portugal, as 4 figuras do pós Grande Guerra, que elevaram a doutrina política do fascismo, do nacionalismo e do poder de Estado, todos eles, incluindo Salazar, elevaram o poder do Estado, e um Estado que exerce o poder absoluto sobre a sociedade, é um Estado vocacionado para os excessos, para a repressão, para o domínio absoluto da vida civil, tendo essa premissa histórica bem presente, a Europa do pós II Guerra, tinha a árdua tarefa de se conciliar entre sociedade e Estado.

No vértice político, as dificuldades económicas, a reconstrucção de infra-estruturas estatais capazes dos desafios, a reconciliação das sociedades, e a união dos povos europeus, sobre o chapéu da democracia e da liberdade.

A maior e a mais difícil tarefa da Europa do pós II Guerra, foi o caminho político, a política da democracia, das liberdades e dos valores europeus, foi o caminho mais sinuoso e difícil que a sociedade europeia trilhou, por dois factos extremamente importantes na carreira de qualquer política e político, tanto na altura, como o deveria ser nos dias de hoje, a economia e a sociedade, estes pilares da democracia (a democracia dita democracia, não a nova democracia autocrata), quando não eficientes, inviabilizam qualquer política, qualquer sociedade de valores, reage de forma negativa a uma economia de rastos, a uma supressão de Liberdades e Direitos, e deste modo, a política, só sobrevive em um estado dictatorial, omnipresente, de volta ao período de 1918/1932.

No plano económico, a Europa viu nascer dois economistas, que ainda hoje, se debate quem foi o melhor, ou que escolas são as mais promissoras no espectro económico, John Maynard Keynes, e Friedrich Hayek, o keyenesianismo e a doutrina de Hayek,, Keynes na escola práctica da economia, e Hayek na escola filosófica económico-societária, ambos desempenharam um papel primordial, na reconstrução e consolidação económica da Europa até aos dias de hoje, a doutrina económica de Keynes dominou as politicas na maioria dos países europeus, com as suas obras, sendo as mais importantes, Tratado sobre a Moeda e  A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, e Hayek com o Caminho para a Servidão, foi o grande influenciador (chegou a ser agraciado pela própria) de Margareth Tatcher.

A industrialização da Europa, as políticas monetárias e o aumento do consumo, providenciaram o crescimento da Europa nos considerados anos de ouro do capitalismo (1945/1970), este crescimento económico, permitiu o crescimento societário, elevou a sociedade civil, e fundou a Europa sob valores morais, e permitiu, que a políticas democráticas obtivessem uma era de estabilidade, com algumas excepções (Portugal e Espanha), que só na década de 70 do século passado, transitaram de autocracias para democracias.

A Europa do Século XX, ao resolver os seus problemas económicos, resolveu os problemas da sociedade, e o problema político, mas em todo o caso, nas décadas de 80 e 90, a Europa, através do sistema político, inverteu o caminho percorrido até então, subverteu a economia baseada no equilíbrio entre consumo e poupança, para o estricto consumo, se até 1970, a Europa vivia sob a doutrina económica de Keynes, a partir de 1980, existe a viragem para a doutrina filosófica de Hayek, se Keynes doutrinava a intervenção dos Estados na economia durante as recessões cíclicas da economia, potenciando o investimento (consumo), e defendia um Estado menos intervencionista nos ciclos de bem estar económico, optando pela poupança (reequilíbrio orçamental), Hayek defendia a economia neoliberal, retirando aos Estados qualquer intervenção, defendendo que o mercado se auto-regularia.

Podemos hoje afirmar, que ambas as doutrinas estavam certas, pelo simples facto de que ambos, consideravam, que tanto Estados e Privados, independentemente da situação económica que se disponha, eram primeiramente guiados por valores morais para com a sociedade, e que esse factor, determinaria os timings e as acções, com o altruísmo inerente, e aí erraram os dois.

No início deste século, a Europa viu, impávida e serena, ao reaparecimento de uma nova doutrina política, as democracias autocratas, em que os Estados por toda a Europa, sonegaram e agruparam em um grupo de empregados da política, o poder decisório sem contestação pela sociedade civil, as políticas na Europa hoje, não são democracias livres, são autocracias nada democráticas, e quando assim o são, o poder está novamente concentrado em doutrinas únicas, e sem contestação, tal como em 1918/1932, com a agravante, de que no século passado, estavam distribuídas localmente, podemos dizer, que a política evoluí, mas a sociedade europeia regrediu.

A evolução do sistema político europeu, evoluí na medida em que se desvincula da sociedade, torna se autónomo e não carece mais da sociedade, simultaneamente, a sociedade regride, e torna se refém do sistema político, e uma sociedade aprisionada pela mão de políticos, é uma sociedade em ditadura.

Desde o início deste século, que o sistema político, destrói, as bases que erigiram a Europa no pós guerra, desindustrializou, financiou a destruição do sector primário, desequilibrou as contas públicas, empobreceu a sociedade, paulatinamente destrói os serviços públicos, e actualmente arrasta nos para uma guerra, depois de dois anos de politicas de saúde e de violação constante dos valores que no século passado, erigiram o povo europeu.

Se no passado recente, a política conduziu a Europa há prosperidade, actualmente conduz a Europa ao retrocesso civilizacional, que, de certa forma encontra outro par na história, a queda do Império Romano Ocidental no Séc. V, e a humanidade só viu a luz plena novamente, no Séc. XVII.

Valter Marques



segunda-feira, 26 de setembro de 2022

A batalha de Itália, na guerra interina da UE

 No passado domingo ocorreram as eleições legislativas em Itália, ainda que se enviassem odes aos Deuses do Olimpo (dada a proximidade com a Grécia e ambos partilharem Deuses na mitologia), incluindo ameaças veladas do centro nevrálgico da UE, aos cidadãos italianos, para não ousar alterar o stablishement terrorista da UE e dos lacaios assassinos da OTAN, os italianos, fazendo jus ao seu cancioneiro antifascista, entoaram alto e a bom som Bella Ciao.

A sociedade europeia vive um dilema, que esta batalha italiana, vem, não cauterizar feridas, mas sim, lançar pedras de sal na fractura exposta, se por um lado, e vamos dividir a opinião formada em duas vertentes, a pró União Europeia, e a dissidente anti União Europeia, pelo menos no estado em que se configura, se digladiam pela adição de argumentos de partes, brandindo espadas em opiniões, avisos e até impropérios, esta batalha perdida pelo império UE/OTAN, está longe de significar a capitulação imperial.

Historicamente, Itália no seu período mais negro, apelou ao nacionalismo, viveu sob Mussolini, um período conturbado de fascismo radical, podemos também incluir nesta "equação", a Espanha de Franco, e naturalmente Portugal de Salazar, mas foquemo-nos em Itália.

O fascismo italiano foi possível, graças ao apoio do nacional-socialismo alemão, ou a doutrina nazi alemã, o eixo do mal de 1932 a 1945, era composto pela Alemanha nazi, a Itália fascista e o Império Japonês, como suplentes Espanha de Franco, Portugal de Salazar e o Pacto Ribbentrop-Molotov (1939-1941) acordado entre Alemanha e a URSS.

Se o nacionalismo italiano do século passado, foi manifestamente nefasto para a sociedade, o mesmo que se ergue neste século em Itália, é diametralmente oposto ao seu antecessor, e uma razão simples e singela disso mesmo, são as alianças que se quebram, a ruptura com o stablishement actual reinante e a retórica de desvinculo com o norte da europa e as suas políticas, é manifestamente uma mudança de rumo na politica interna e externa de Itália, se o fascismo do Séc. XX dependia da aliança germano-italiana, a do Séc. XXI depende da aliança com a sociedade italiana, e aqui reside o primeiro entrave aos novos governantes.

Itália, tal como toda a Europa Ocidental, está, não na beira do abismo, mas no inicio da queda, em plena aceleração rumo aos confins do abismo, ainda que numa fase preliminar, e em que o agravamento da situação socioeconómica se esteja ainda a espraiar, e o descalabro seja, já aceite e conhecido, esta mudança de rumo e o desvinculo das políticas da UE, irá no curto prazo acelerar a hecatombe, e no curto prazo, dificilmente este novo executivo, as conseguirá debelar.

A primeira batalha de Itália, está ganha, mas a guerra não se vence em uma batalha, mais virão, algumas de suma importância, outras de importante conquista estratégica, a mais importante será travada dentro de fronteiras, e curiosamente contra quem elegeu este novo executivo, será a sociedade que entregou os destinos a Meloni, a mesma que a irá contestar.

Meloni herda uma Itália sem eira nem beira, um caos socioeconómico, e uma população dividida, entre humanitarismo bacoco a terceiros, e os italianos pouco dados a humanitarismo bacoco, no rescaldo da fraudemia que assolou o mundo ocidental, com um excesso de mortalidade a rondar os 20%, com o desemprego a aumentar (actualmente 9,2%), com uma taxa de inflação galopante, e sem soluções de curto prazo, que de forma convincente, reúna consenso na sociedade.

Meloni, tem a tarefa Herculânia de erigir novamente Itália, resta saber se tem súbditos capazes.

A UE, vai retaliar, não fosse ela um antro de terrorismo, mas até para a UE, o trabalho vai ser complicado, com o euro em queda picada, com a economia á beira do colapso, desmilitarizada, e sem bases para se suster a um Inverno, e com três frentes de batalha internas, Hungria, Sérvia e agora Itália, além destes problemas interinos, surgem outros, Turquia e Argélia, a Turquia como membro de facto das políticas da UE e a Argélia como única solução para o gás no sul da Europa, o primeiro, longe dos valores Sacro Imperiais da UE, e aliado de Putin, o segundo também muçulmano e cliente do aparato militar russo, não obstante ao facto da Turquia de forma clara, mostrar a intenção de anexar território dentro da UE, anexando parte da Grécia, que curiosamente ambos são parceiros OTAN.

A configuração geopolítica do ocidente da europa, pode muito bem ser diferente em 2023, basta que os italianos, assim o desejem.

Seja como for, e não obstante ao destino dos italianos, 2022, marca de forma irreversível o fim da UE, nos moldes e estruturas actuais, e o tiro de partida foi dado em Itália, ainda que o percursor fosse a Rússia, quem comprou a pólvora foi Bruxelas e a Ursula Von Der Leyen, que assumiu uma guerra em nome de uma sociedade, que não a elegeu, que não a vai reconhecer, nem sentir saudades.


A primeira batalha de uma longa guerra, foi vencida, mais se seguirão, é uma guerra de intelectos e sapiência, diferente da guerra armada de canhões e mosquetes.


Valter Marques




quarta-feira, 21 de setembro de 2022

E agora terroristas da OTAN e da UE?

 Quarta feira, 22 de Setembro de 2022, a Federação Russa, dá início á 3 fase da Operação Militar Especial, com a mobilização parcial, mobilizando na primeira fase 150.000 mil homens (e mulheres claro), colocando a fasquia na mobilização de 300.000 novos soldados de todas as hierarquias, e em todos os ramos militares.

A O.M.E. já leva com 7 meses de conflito, e segundo analistas ocidentais e a própria Intel americana, a Federação Russa, já colocou no terreno e em combat experience, perto de um milhão de soldados russos, ainda que tenha alocado somente 150.000, por imperativo legal da Duma Russa, as rotações de pessoal tem sido feitas, e quando se rotaciona soldados, não se faz a simples troca da frente de combate, para as linhas de retaguarda do conflito, retiram se do teatro de operações, e rotaciona com unidades equivalentes, estacionadas em território Russo, tal como o OTANiquistão fez com os Ucranianos, retirou as forças para território "neutro", e preparou a tão afamada contraofensiva inofensiva.

Pelo que, a mobilização parcial, pode ser, e aqui é a minha opinião estricta, para colmatar as unidades que irão ser destacadas no teatro de operações, unidades essas, que estão colocadas dentro de fronteiras russas, e que desempenham um papel, independentemente de qual seja, mas, ao retirar se essas unidades, as mesmas têm de ser substituídas, e a mobilização será porventura, nesse âmbito.

Ainda que em termos militares, a mobilização incrementará a maquina de guerra russa, em meios humanos, técnicos e de maquinaria, para a frente de combate, existe outra frente, que novamente os russos, suplantaram o ocidente, a vertente económica.

Uma mobilização, mesmo parcial, tem impacto directo na economia interna, e traduz se num impacto negativo, se não for cuidada essa nova realidade, a retirada de 300.000 cidadãos da vida civil e imputando-os na vida militar, significa uma quebra dos tecidos produtivos, na realidade são 300.000 postos de trabalho que se quedam vazios, significa também um aumento da despesa no orçamento militar, e após 7 meses consecutivos de conquistas económicas, será que a Rússia descurou a economia? 

Não, 300.000 homens, em um universo de 145 milhões de cidadãos, com uma franja jovem na sociedade, irão ser substituídos, a curto e médio prazo, pelo que, iremos ver a descida da taxa de desemprego na Rússia nos próximos meses, tal como em Outubro de 2021 a taxa estava nos 4,4% e em Julho de 2022, se situa nos 3.9%, o conflito trouxe a abertura de postos de trabalho na Rússia. No plano económico-financeiro, os 3 primeiros trimestres do ano, resultaram em excedentes orçamentais, como a economia russa assenta em bens transaccionavéis, e os mesmos já foram deslocados de oeste para os mercados do Oriente e da Ásia, espera se (está á vista...) que a economia russa, cresça 3% este ano.

A taxa de inflação na Rússia atingiu os 18% em Março de 2022, e em Julho situava se nos 14%, ainda que, a inflação tenha subido (uma tendência desde 2021), desde Abril vem a descer, e se existir a consolidação destes novos 300.000 postos de trabalho, a descida será lenta, mas consolidada.

É infantil, para não dizer, estúpido, pensar que a Federação Russa, elaborou os planos em Janeiro de 2022, não o fez, nem militares, nem económicos, do mesmo modo que é infantil, para não dizer estúpido, que tudo tem corrido como planeado, não tem, primeiro porque o plano desenhado é de objectivos e não do caminho a percorrer, e é substancialmente mais fácil, lidar com obstáculos, tendo em vista o objectivo, do que mudar o objetivo em função dos obstáculos.

Este é o ponto de convergência dos conflitos entre a Federação Russa e a UE e a OTAN, as 3 frentes de conflito afluem agora, em uníssono, no campo geopolítico a consolidação da SCO (Shangai Commerce Organization), como a nova ordem de comercio mundial, com uma geopolítica coesa, e novos membros, a SCO além do comércio e da geopolítica, constitui-se também em um bloco militar, pondo fim deste modo, há hegemonia dos EUA no plano geopolítico e geoeconómico;

No campo financeiro e da alta finança, o crescimento do Rublo, aliado aos novos acordos (SCO, BRICS+; OPEP+), com a constituição de currency baskets para o comercio internacional, dita o fim da também hegemonia do dólar, particularmente penoso será para a Europa, que além de falir, o euro será o novo Rublo do mundo, mas contrariamente ao sucedido na Federação Russa, a UE não possui bases para uma reviravolta da sua moeda, pelo menos no curto e médio prazo, e no longo prazo, duvido que existe UE;

No campo político, é o desmembramento da democracia ocidental, a International Order Based Rules ditada pelos EUA, apoiadas em nenhuma lei, serão substituídas pela Lei proveniente da carta das Nações Unidas, ou melhor, pela Lei das Nações Unidas, adoptadas pela SCO, pelo BRICS+, visto que até as Nações Unidas irão afundar.

Até aqui, 200.000 homens, foram suficientes para causar este estrago irrecuperável ao Ocidente, com 500.000, a Federação Russa sela definitivamente o destino da UE e da OTAN.

Valter Marques



sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Será sensato deitar gasolina no fogo?

 Em 2011, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Laurent Fabius, depois dos ataques ao escritório do Charlie Hebdo, atacou a revista, com uma pergunta no mínimo, indecente, a pergunta foi a seguinte "Será sensato deitar gasolina no fogo?".

Desde 1980 ate 2017/2018, a europa alterou por completo a sua cultura, as suas tradições e mais importante de tudo, a sua própria identidade como civilização, refiro 2017/2018, porque foi o limite das politicas de migração, o erro que se desenhou em 1980, e foi descoberto em 2017/2018, e durante todo este tempo, a Europa inverteu os valores, os seus valores, não os valores do islão, nem dos LGBT, nem das minorias étnicas, mas os seu valores, que construíram a sociedade europeia, como sociedade, a Europa é a mais antiga civilização do mundo moderno, e isso devia de ter algum valor intrínseco, além da sua própria evolução natural positiva.

No caso de entrada deste texto, a pergunta é indecente, imoral e sinonimo da decadência acelerada da sociedade europeia, antes de se questionar se será sensato alimentar o fogo, a pergunta que ficou por fazer foi, quem pegou fogo aos valores europeus?, A Charlie Hebdo, era uma revista, como tantas outras, que vivia na europa, livre de preconceitos raciais, numa plena liberdade de expressão, e que se limitou a caricaturar o islão, e fê-lo numa parte do globo, onde o islão é aceite, contrariamente ao cristianismo nos países islamitas ou muçulmanos, nem na europa se decapita lideres ou pastores religiosos muçulmanos, a troca de nada, no limite, e sendo mesmo muito no limite, podia a comunidade islâmica europeia, requerer uma atenção ao assunto, e um cabal pedido de desculpas pela "ousadia", ainda que, atendendo aos valores (?) europeus, nem isso se devia de aplicar.

Este tópico (Charlie Hebdo) é meramente figurativo aqui, mas podemos retirar deste "episódio" as noções básicas de, para onde os lideres (?) europeus conduziram, conduzem e reconfiguram toda a sociedade europeia, através da nova doutrina e ideologia, que será a morte da civilização europeia.

Nas décadas de 50 e 60 do séc. XX, a europa abriu portas há migração, migração trabalhadora, no rescaldo da II Guerra, a europa ficou desprovida da sua força de trabalho autóctone, tinha morrido em combate, de fome, enfim dos efeitos da guerra, e a sua reconstrucção, necessitava de trabalhadores, que necessariamente tinham de ser importados, na altura, a europa esperava, que essa migração, regressasse aos seus países de origem, assim que, a demografia europeia o permitisse, ou que na melhor hipótese, essa geração migrante, se tornasse europeia, não correu mal de todo, com algumas excepções.

Mas a migração do final do séc. XX e início do séc. XXI, além de não existir qualquer controlo sobre os influxos, só se justificava em termos humanitários, foi e é um desastre económico, e uma doença societária, incapazes de se tornarem europeus, os migrantes importaram também os seus costumes, ideologias e leis, a Sharia é lei vigente nos subúrbios ingleses, franceses, holandeses, belgas, e nenhuma medida séria e eficaz foi ou é implementada, no Reino Unido só em 2017 é que se começou a falar das cerca de 100.000 mulheres britânicas mutiladas genitalmente, mas nenhum caso foi julgado.

Quando uma minoria da sociedade europeia, trouxe a lume estas questões, pedindo para se discutir em sociedade o problema, nasceu o racismo e a xenofobia fundamentalista, era e continua a ser, racista e xenófobo, quem ouse trazer a lume este assunto, foi uma medida implantada na sociedade, o rótulo racista e xenófobo, para silenciar uma minoria, que estava a crescer.

Esta técnica de branqueamento, de silenciamento, tem sido eficazmente utilizada pelo poder instalado, para, naturalmente, não ser incomodado e continuar a assobiar para o lado, realisticamente, o problema não tem solução pacifica, e as soluções que sejam violentas, não produzem votos, nem geram simpatia pelos financiadores do poder, a fundação Open Society, propriedade de George Soros, planeou, delineou e executou, um manual de sobrevivência para migrantes ilegais conseguirem asilo político e fugirem a controlos das autoridades fronteiriças, os ataques terroristas em Londres, França, Holanda, Suécia e Espanha, foram perpetuados por terroristas com ligações a grupos extremistas islâmicos, e foram ajudados por esse manual a ludibriar a segurança interna dos países, de como ganhar economicamente, nesses países, e, de como fugir, o terrorista que escapou ileso de Londres, tinha beneficiado de todas as garantias de sobrevivência britânicas, além de 19.000 libras em ajudas financeiras, tudo isto está apurado, escrito e bem guardado.

De volta aos dias de hoje, encontramos estas referências, ou esta doutrina de trabalho, o branqueamento, o silenciamento e a clausura da, não lhe vou chamar verdade, mas da critica ou contraditório, só mudaram os temas, melhor dizendo, a lista de temas inquestionáveis, vai aumentado, além do racismo e xenofobia, em 2017/2018, implementou se também a "culpa por hereditariedade", quem não se lembra da negra no parlamento português acusar os portugueses de colonizadores?, e a exigir indemnizações pelos tempos do colonialismo e a devolução das obras de arte ás antigas colónias?, ou outro negro, também pago com dinheiro português, que desejou publicamente a morte das forças de segurança? curiosamente, foram essas mesmas forças que lhe garantiram a integridade física...

A culpa por hereditariedade dita que, eu hoje com 43 anos, sou um colonizador, e por isso acarreto essa culpa, e essa culpa obriga me a, tolerar e aceitar tudo, mesmo que, nem a negra e o negro tenham sido colonizados, nem eu tenha sido colonizador de facto, mas um qualquer português de há 300 anos, foi colonizador, e os antepassados de há 300 anos destes dois negros, tenham sido efectivamente colonizados.

Não posso chamar negro a um, imagine se, negro, mas um negro pode chamar me de branco, eu sou racista, e o negro é educado, algo de errado aqui não está certo.

Nestes últimos 3 anos, estes movimentos ideológicos, ganharam nova expressão, negacionistas e Putinistas, negacionistas, porque a ousadia de uma minoria, bateu de frente, novamente com a doutrina imposta, e novamente se verificou o assentamento do trabalho doutrinário, do branqueamento e da clausura do contraditório, com novas técnicas de tornar insubversiva a sociedade na sua maioria, infiltrando mais um adjetivo qualificativo na minoria subversiva, a culpa por omissão voluntária, não se querer vacinar contra a fraudemia, era um crime voluntário contra a humanidade, questionar a fraude em parte ou no seu todo, era negar a ciência estabelecida, e não a ciência histórica, e além destes, a insubordinação perante o poder (governo) e a autoridade, em suma durante 2 anos, perto de 3, uma minoria era o cancro criminoso que assolava a sociedade, só porque, tinha dúvidas, questionou, e se recusou a ser tratado como uma criança.

No caso mais recente, os putinistas, usa se o mesmo modus operandi, a culpa não por omissão, mas a culpa por deliberação voluntária, e extingue se de uma vez por todas, a ultima grande conquista da civilização europeia, a liberdade de expressão em conjunto com a liberdade do conhecimento, ao banir se a cultura russa, ao banir se a mass media russa, e até a livre circulação para essa zona do globo, na realidade, se temos no mundo regimes fascistas, castradores das liberdades, do pensamento e da expressão, a europa é um deles, se existe no mundo moderno, hoje, regimes sanguinários, a europa figura nos lugares cimeiros, porque, tal como em 2011, a pergunta deveria ser "quem pegou fogo á Europa" e não questionar a sensatez ou falta da mesma, de deitar gasolina no fogo, porque sem fogo, a gasolina cai ao chão e evapora, não arde, ou não alimenta fogo nenhum, pois o mesmo não existe, mas quando se lança gasolina em um foco de fogo, o mesmo cresce, inflama se e mais difícil se torna de apagar.

Darwin afirma na sua teoria das espécies, que basta a uma espécie invasora, suplantar a espécie autóctone, para a mesma prevalecer e até extinguir a autóctone, o mesmo se passa com as sociedades, e vimos essa teoria resultar na América do Norte, há sensivelmente 300 anos, o mesmo se passou na Austrália, portanto, é possível sim esse fenómeno.

Mais rápida será essa fatalidade, em uma sociedade que abdique da sua identidade, que se torne inútil e complacente, que primeiramente, seja incapaz de eliminar toda a fonte de castração, dentro do seu seio, e permita que, o poder continuamente siga em direcção á aniquilação da sua própria identidade, do seu livre arbítrio e das suas crenças e costumes, esta é a apologia de uma destruição certa.

E não, não é sensato deitar gasolina no fogo, está cara e constitui-se em um desperdício de recursos...

Valter Marques






 




segunda-feira, 12 de setembro de 2022

1812, e o recuo Russo face ás tropas de Napoleão

 A história militar na Europa é pródiga em grandes eventos bélicos, durante estes últimos 300 anos, que a Europa acarreta um peso enorme na arte da guerra, pode mesmo se dizer, que a Europa é a casa mãe dessa arte, tem sido na Europa (suplantando mesmo Sun Tzu e a sua Arte da Guerra) que os grandes pensadores e estrategistas militares nasceram, e contribuíram, para o benefício de uns e prejuízo de outros, com a desenvoltura do ofício de bem matar.

Por volta de 1812, durante a campanha da "Guerra Patriótica", para os russos, sendo para os franceses conhecida como "A Campanha Russa", desenrolava-se um confronto militar, que durou de 24 de Junho até 14 de Dezembro de 1812, e impôs o exército de Napoleão contra o exército russo, na tentativa de Napoleão conquistar a Rússia Imperial, foi um fracasso francês....

A vitória Russa, fez se lenta e paulatinamente, com sucessivos recuos de terreno, com cedências, fustigando o adversário, e recuando, os franceses (na realidade um aglomerado de alianças sob o comando francês).O início da derrota francesa, inicia-se com a sua vitória na batalha de Smolensk, após um número de pequenas vitórias sob os russos, Smolensk marca o início do fim francês por terras eslavas, em meados de Agosto, os Russos retiram o seu exército principal do conflito, e por três meses, o mesmo se prepara.

A batalha de Borontino (7 de setembro) ás portas de Moscovo, os franceses capturaram o campo de batalha, mas falharam na destruição dos russos, que novamente recuaram, até Moscovo, de salientar que em um único dia, morreram 70.000 soldados, mas o recuo russo, permitiu desenhar a derrota francesa, as sucessivas campanhas de recuos russos associadas há politica de terra queimada, fez emagrecer as tropas francesas, quer em número, quer na moral, e terminando o desaire em Moscovo, com a cidade a arder, vazia, e as posições russas nos flancos do exercito francês, que estrategicamente posicionadas, alimentadas e fortificadas, conduziram o remanescente do exército francês, na sua retirada, para a morte.

Dois nomes se destacam neste conflito, Mikhail Kutuzov e Mikhail Barclay de Tolly.

O que me traz ao tempo de hoje, e o conflito NATO-Russo na Ucrânia.

Já com seis meses de conflito proxy (proxy significa terceiros na batalha de outras forças), o mesmo daqui em diante, não se configura mais como uma proxy, a NATO pôs as botas no terreno, e a marca indelével desse facto, é a erradamente apelidada "contraofensiva", na definição militar de contraofensiva, refere se a um movimento da posição defensiva, contra a ofensiva em curso, e nenhum dos "alvos" que os ucranianos definiram, se enquadram em movimentos ofensivos em práctica russos, as posições tomadas como a adquirir pela Ucrânia, eram zonas em que a Rússia está estabelecida e em formação defensiva.

A ofensiva que a NATO iniciou em 29 de Agosto (sim, não é erro), com as forças da coligação Ucrano-Legionárias, viu os seus objectivos (ainda que meramente políticos) renderem frutos na região a norte, com a tomada de vários quilómetros quadrados de terreno que se encontrava sob o domínio russo.

A vitória (a primeira) da NATO e sus muchachos, é real, aconteceu, vivam com isso russos, mas daí a aspirar a reviravolta no conflito, continuem a sonhar, não vai acontecer, e as retiradas dos pontos de fricção, acontecem.

Em termos globais, em duas, das três frentes abertas na ofensiva pelo OTANiquistão, a derrota foi severa, pesada e desmoralizante, o numero de efectivos perdidos pela Ucrânia fica perto dos 10.000, algo que demorou cerca de 4 meses a formar, em território estrangeiro, o estado terrorista da NATO confirma que, esses dois movimentos foram destinados, não a um ganho substancial de terreno (o que não aconteceu mesmo), mas serviu sim o propósito de fixar as forças russas no local, não permitindo o deslocamento de reforços para a zona onde a ofensiva se havia de fixar, ainda que o movimento seja doutrinário, a matemática foi descurada.

Na zona da ofensiva concentrada, a coligação NATO-Proxy, suplantou as forças russas (aliadas) em termos de efectivos (fala-se de uma relação de 3 para 1), mas não existiu grande atrito entre as forças no terreno, os russos recuaram calma e ordenadamente, sem grandes baixas, mas as forças na ofensiva, sob fogo de artilharia como dissuasor, perderam 4.000 efectivos.

Os recuos no teatro de operações, servem para reagrupar e reconduzir acções, mas mais importante de tudo, salvam vidas, contrariamente, ao que a Ucrânia tem feito nos últimos seis meses, que se fustigam  com as tentativas vãs de segurar pontos de defesa, por esta altura, a Ucrânia já sofreu qualquer coisa como entre 250.000 e 300.000 baixas, entre elas cerca de 60.000 a 80.000 mortos, e contrariamente aos aliados da Federação Russa, os ucranianos,empregam desde o dia 1 do conflito a totalidade dos seus meios, os russos por seu turno, com o desenrolar paulatiniano do conflito, contam entre 35.000 e 50.000 baixas, entre as quais cerca de, entre 5.000 e 10.000 mortos.

Entre muitos outros indícios, se a Ucrânia tivesse um numero relativamente baixo de baixas, não mobilizaria, e já fez 7 incorporações desde o início do conflito, sendo que na ultima, até começou a formar mulheres na arte de combater, é público, portanto cabe a cada um decidir, o que quer ver ou o que quer comprar.

Esta vitória, importante para as forças do OTANiquistão e nazis, não mudam o desfecho do conflito, alteram o seu rumo, mas não o resultado final, a Rússia ganhou o conflito armado (e todos os outros na Ucrânia) no dia 24 de fevereiro de 2022, marca sim, a alteração do rumo dos acontecimentos, como verificamos, o ataque russo a estruturas críticas, e o emprego de misseis por terra, ar e mar, em autênticas barragens de fogo em profundidade, mas uma nota que tem de estar presente, sem o uso e emprego de botas nas zonas de atrito, nomeadamente nas zonas onde a dificuldade de contenção, com grandes perdas humanas, tal como Izium, possam infligir um custo demasiado alto aos russos.

Podemos dizer, que esta vitória dos terroristas e nazis, são os seus 15 minutos de fama, depressa se findará e mais depressa se apagarão os holofotes.

Valter Marques



 

 



segunda-feira, 5 de setembro de 2022

A morte em forma de ajuda

 A Europa dos dementes e esquizofrénicos, que desde 2020 destroem a sociedade europeia, em todas as vertentes, sociais, económicas e industriais, que em 2022 se junta também a destruição das forças militares, com o seu completo esvaziamento de recursos bélicos, bem como da subsistência e sobrevivência civil, empurrando a sociedade europeia para a miséria, para o frio, para a indigência, como em um passe de mágica, ao fim de três anos consecutivos a triturar recursos, eis que surge, a solução, que será apresentada hoje, algo do género alemão, irrelevante, hipócrita e, e o e aqui é a cereja no topo do bolo, ninguém recebe um tosto furado, porque o vamos ter de devolver, ainda que a devolução, seja feita á posteriori, e através dos impostos directos e indirectos.

Nenhum estado possuí dinheiro, o dinheiro á guarda do estado ao povo pertence, e ao povo o estado tem de prestar contas, a autora da frase, ou do sentido da frase, foi Margareth Thatcher.

O governo português, provavelmente na figura do paquiderme indiano, vai apresentar hoje, um pacote de ajudas, que visem mitigar a inflação, e os custos elevados de vida, que o segundo erro governativo desde 2020, criou, esta seria uma boa altura para questionar o paquiderme, como foi possível entregar a um estado corrupto (o maior corrupto da europa), um valor de 250 milhões de euros, que em números redondos, a cada indígena deste burgo, coube a contribuição de 25€, isto se considerarmos dez milhões de indígenas, e todos activos, o que não se sucede, era de bom tom, além de ser sinónimo de educação, perguntar aos detentores desse montante, se estavam dispostos a ceder o mesmo a terceiros, porque eu não estava disposto, nem mesmo que alguém se predispusesse a ceder esse montante em meu nome, o aceitaria fazer.

Mas voltando ao "pacote" no sentido lato, e não no sentido figurativo, quaisquer montantes e verbas a atribuir a titulo compensatório, são na realidade mais um assalto ao bolso do contribuinte, ainda que lá mais para a frente, seja qual for o valor da "prenda" (fala-se em 100€) para a plebe trabalhadora e para os pensionistas o "avanço" dos aumentos das pensões e reformas de 2023, e falamos em aumentos desde 1,50€ até e vou ser arrojado, 50,00€ mensais nas pensões e reformas, sabemos que existem pensionistas que, o aumento será bem mais alto, mas esses, não esperam o dinheiro da reforma para comprarem aspirinas.

Nesse mesmo pacote, como não poderia deixar de ser, engloba se também apoios para o negócio...

Fala se de um montante acima dos 2 mil milhões de euros (200,00€ a cada indígena, tendo em conta os 10 milhões), em modo idiota, Setembro e Outubro quase que morremos, e em Novembro já não há cheque prenda, acabou o pilim.

Os novos economistas da modernidade, irão apregoar, que ou é isto, ou nada, e que esta prenda irá combater a inflação, mas estes tipos, são burros, são os tipos da matemática do 10+10+2+2=24, quando o problema apresentado era 2x12=?, ou 12+12=?.

Nem combate a inflação, nem injecta capital na economia, primeiro porque dois meses, não são um ano económico, faltam mais dez meses, depois porque não baixa a inflação, sobe (e só por dois meses) o poder de compra, disfarçando a inflação, isto considerando que a flutuação da inflação se estagne, o que não me parece que vá acontecer.

Mas nem tudo é mau, porque vamos ver a dívida soberana aumentar, haja algo que aumente neste país, Portugal, como todos (quase na realidade) os países da União Europeia, não possuem moeda, logo a sua emissão está proibida, mas a emissão de moeda própria, como ferramenta do estado, é algo que estes novos economistas, refutam de todo, é mais fácil mendigar.

Sem essa ferramenta, o paquiderme indiano, ainda podia fazer valência dos sectores estratégicos, que o estado possuí em carteira, os sectores fulcrais da economia estatal (telecomunicações, energia, e as industrias estratégicas como a aviação comercial e civil, portos marítimos, minérios...), mas é tudo privado, além de privado, estão na fila para receber o cheque prenda...

Como ultimo reduto, visto que Portugal é um país de nadas, a opção mais próxima, seria a implementação da economia de guerra, aumentando a produtividade dos sector primários e secundários do país, gerindo os volumes, primeiro para o uso interno, e os excedentes para o externo, caso existam excedentes, reduzindo a mobilidade desnecessária, e implementando o controlo de recursos eficiente, primeiro problema, não temos sector primário, importamos 75% do consumo, e o sector secundário vive da mescla import / export, porque o sector primário cobre 3 meses ao ano, as necessidades.

A morte vem embrulhada em papel de ajuda, é um (mais um) presente envenenado.


Valter Marques


domingo, 4 de setembro de 2022

A morte da Europa

 Desde o final da guerra fria que a Europa vem, a caminhar a passos largos para sua morte, não que o território que compõe a Europa Ocidental vá desaparecer, não se trata dessa morte, ou desaparecimento, mas sim, a cultura europeia, bem como os seus povos.

 Desde os golpes americanos na Rússia que elevaram ao poder Gorbachev e Yeltsin, primeiro na ex URSS e depois já na Federação Russa, que o tiro de partida para a actual situação politico e económica da europa foi disparado, e esse tiro tornou se um pesadelo quando, sob uma Rússia económica e politicamente instável, sobe ao poder Vladimir Putin, e tal como as sanções hoje representam um enorme descalabro para os seus ideólogos, a subida de Putin aos comandos da Federação Russa representou o inicio da lenta morte da europa.

Mas a morte da europa não provém do leste europeu, do leste da europa com Putin especialmente, vinha a fórmula que providenciaria aos povos e nações do oeste europeu, os ingredientes necessários para a sua estabilidade, e o seu crescimento económico e social, o ocidente europeu, desde finais do século passado, têm crescido e adoptado padrões de vida, que só se tornaram possíveis, com o investimento russo, o mercado energético russo, foi e continua a ser a base da europa, e a europa sem essa base está morta.

Durante 3 décadas que a Rússia investiu na construcção da europa ocidental, mas o investimento russo, não se enquadra nos desígnios ocidentais, e não tem de o fazer, os erros de cálculo ocidentais sobre a Rússia, começam logo pela definição de "democracia", a tão apregoada democracia ocidental, da multiculturalidade, da ideologia de género, da suposta superioridade de valores que o ocidente vende, mas que não practica, a Rússia é a Rússia, e a definição de "democracia" é assunto interno, tal como o deveria de ser nas nações ocidentais.

E por conseguinte, a paciência da Rússia, longe de ser uma paciência de chinês, chegou ao fim, e o seu rompimento tácito e expresso com o ocidente, veio para ficar, para fortuna da Rússia, e consequentemente infortúnio Ocidental, as politicas dos contos de fadas ocidentais, a energia verde, o multiculturalismo, as doutrinas de género, as politicas unicornianas económicas e sociais europeias, levantam um problema em cada esquina, ainda que, analisando todas no seu largo espectro, são insolúveis, e como tal, cada passo em frente abre um novo problema, e não uma solução.

O sonho de uma europa unida, tal como preconizada nas décadas de 50 e 60 do século passado, mostrou as fragilidades desse mesmo pensamento, sem energia barata, para mover o progresso, a europa era simplesmente um pensamento, a europa tinha valores, que mereciam ser elevados, a democracia, sem os unicórnios das ideologias do género, sem as politicas desastrosas da migração, as nações eram soberanas, o que permitia o equilíbrio entre pares, e permitia a conclusão do puzzle político-económico da zona euro, cabendo a cada nação, um papel nesse quadro, adequado às suas características, nada disto é o que se verifica hoje, nem os estados são soberanos, nem as características únicas de cada um, contribui positivamente para a união.

A europa está a caminho da implosão, por mão própria, e culpamos Putin pelos nossos falhanços, da mesma maneira que culpamos o terrorismo islâmico no mundo, mas não culpamos os iniciantes do mesmo, o ocidente, existe terrorismo, porque o ocidente o iniciou, o encorajou e forçou, o Islão tem 7 séculos de história, o Ocidente conta somente com 3 séculos, democratizar pela lei da bala uma civilização com 7 séculos de história, não me parece muito inteligente, mas foi o que fizemos.

A europa detinha um conjunto de valores, que lhe garantiria o sucesso, mas não possuía, em suficiência, a energia para reclamar esse mesmo sucesso, a Rússia forneceu durante 30 anos essa energia, tanto no sentido figurativo como lato da palavra, agora sem essa energia, a europa definha nas suas próprias entranhas, e digamos de passagem, que as entranhas da europa estão pejadas de merda, a solução para a falta de energia que a Rússia, um estado ditactorial, um regime de opressão, e uma nação pobre (somos tão estúpidos com este pensamento errado...) fornecia, reside em países agora democráticos, livres e super ricos, Argélia, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Irão, entre os principais, que aos olhos (cegos) do Ocidente, deixaram miraculosamente de ser os países que a liberdade de expressão é sinonimo de pena de morte, que a democracia é a islamita, e que a única riqueza é propriedade de famílias, e não do povo que por lá sobrevive.

Esta forma de pensamento da europa ocidental, é um caso de psiquiatria, a demência é profunda.

Duvido que em 2030, ano da implementação de mais uma etapa da democracia ocidental, exista primeiro europa ocidental, depois união e por fim, civilização que, aceite mais idiotas ao leme dos desígnios das nações que porventura subsistiram à reconfiguração do plano geopolítico.

Uma coisa é certa, em 2030 vamos ter Rússia, e expandida para oeste, e não falo na Ucrânia, ou o que restar dela, mas no avanço não da Federação Russa, mas de novas alianças, que permitam, tanto há Rússia como aos novos aliados, cooperarem e fortalecerem as suas sociedades, dificilmente estas politicas se implementaram em tempo útil (no meu tempo) no ocidente europeu, a única vantagem do ocidente europeu para com a Rússia, eram as trocas comerciais no sector energético e agrícola, a europa como consumidora desses productos, e a Rússia como fornecedora, era vantajoso para ambos, proximidade, redes logísticas existentes, uma fonte de rendimento acessível e que permitia, ganhos a ambas as partes do negócio, a Rússia desviou de forma permanente esse fornecimento para outras zonas do globo, e contrariamente ao aludido pelo ocidente, até existiu um acréscimo de ganhos russos, pelo que se deduz que a distância, para a Rússia não foi penalizadora, abriu novos mercados, fez amigos, a europa, pelo contrário, obrigou se a si mesma a continuar a adquirir os mesmos productos, mais longe, mais caros e pasme se russos na mesma.

A morte da europa é um desígnio da sociedade que por cá habita, entregue pelos idiotas que elegeram, e que irão continuar a eleger, a europa vive (a sociedade europeia) num raciocínio circular, incapaz de se livrar dos círculos viciantes da vida, vivem castrados de tudo o que é importante, e águas paradas formam pântanos.

Valter Marques



E agora ratos de laboratório?

 Aos poucos a fraude da Covid 19, vem sendo desmascarada, de uma patologia extremamente mortal, ao resumo do criminoso acto da vacinação, a ...